domingo, 31 de maio de 2009

à noite -------------------------------- os sonhos

Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isso não tem importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre,em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.

(William Shakespeare)



Fica estabelecida a possibilidade de sonhar coisas impossíveis e de caminhar livremente em direção aos sonhos.
(Luciano Luppi)

sexta-feira, 29 de maio de 2009

quinta-feira, 28 de maio de 2009

he can only---------------------

viver

As pessoas deviam ter mais de uma vida ou, pelo menos, uma que pudesse também voltar atrás se necessário. Para corrigir o que saiu mal à primeira, aprender a saborear as poucas horas boas - tal como uma canção que quanto mais se houve mais se gosta - e, sobretudo, para poder ir primeiro por um lado e depois por outro e depois, sim, seguir pelo caminho encontrado. Porque assim não dá. O que acontece não pára de nos acontecer e estamos confusos e ficamos perplexos com a vida que levamos e nos faz tanta falta.
Para mais com a crescente dificuldade em a reconhecermos como nossa, se é igualmente a dos outros, tão próximos e distantes, com ela misturados desde o começo.
A minha vida, será que eu não sei o que seja? Mesmo nada? Tenho um belo piano de cauda. Já soube, outrora, demonstrar o tão exacto teorema de Pitágoras. Mas estarei sossegado, se não feliz, no dia em que os dias se esgotarem? Se só sabendo o fim é que se sabe a história.
Engraçado é que, quando se começa a falar daquilo que não se sabe, surge a ilusão generosa de que afinal sempre se vai sabendo um bocadinho. Um bocadinho que sabe a pior que nada. Nisto, como em tudo, talvez me engane. Bem gostava.
Não duvido que dois mais dois sejam quatro, que a galáxia tenha dez milhões de estrelas, que a baleia azul seja um belo mamífero mergulhado na água, e não, como eu, perdido.
Que tenho eu ver com isto? Nada?
E eu a tentar dizê-lo, feito parvo muito inteligente. As pessoas deviam ter mais cuidado. Com o que dizem, com o que fazem. Se bem que se tiverem demasiado cuidado não dizem nem fazem nada. As pessoas deviam ser mais pessoas, embora não me convenha perguntar agora o que quero precisamente dizer com isto.
As pessoas deviam estar mais juntas e mais afastadas, consoante os casos, as horas e os sítios.
As pessoas deviam ter mais respeito pelo que não lhes diz respeito.
Só deviam ver televisão em casa dos vizinhos.
Dito isto, a minha vida, as nossas vidas neste momento abraçadas, largam um suspiro que alguém ouve do outro lado.


Pedro Paixão, in 'Viver Todos os Dias Cansa'

terça-feira, 26 de maio de 2009

tatuagens


Em cada gesto perdido / Tu és igual a mim
Em cada ferida que sara /Escondida do mundo
Eu sou igual a ti

Fazes pinturas de guerra /Que eu não sei apagar
Pintas o sol da cor da terra /E a lua da cor do mar
Em cada grito da alma /Eu sou igual a ti
De cada vez que um olhar /Te alucina e te prende
Tu és igual a mim

Fazes pinturas de sonhos /Pintas o sol na minha mão
E és mistura de vento e lama /Entre os luares perdidos no chão
Em cada noite sem rumo /Tu és igual a mim
De cada vez que procuro /Preciso um abrigo
Eu sou igual a ti

Faço pinturas de guerra /Que eu não sei apagar
E pinto a lua da cor da terra /E o sol da cor do mar
Em cada grito afundado /Eu sou igual a ti
De cada vez que a tremura /Desata o desejo
Tu és igual a mim

Faço pinturas de sonhos /E pinto a lua na tua mão
Misturo o vento e a lama /Piso os luares perdidos no chão

never

so never refuse an invitation

never resist the unfamiliar

never fail to be polite

and never outstay your welcome

eu e vc

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Vinculação

Ao que nos une, ao que nos liga uns aos outros, ao sentimento que nos faz permanecer juntos e atentos, ainda que a distancia de vez em quando se interponha, costumamos chamar amor.
Provavelmente, é palavra a menos a designar a complexidade de sentimentos que somos capazes de experimentar nessa tarefa ardua, constante, sempre inacabada e sempre em transformação de eleger pessoas significativas e razoavelmente constantes com as quais nos preocupamos, em quem pomos tantas expectativas e com as quais organizamos uma topografia particular a que chamamos o nosso mundo.
Para lá da enorme abstracção da Humanidade como um todo a que pertencemos, que nos diz respeito e com a qual é suposto sofrermos e inquietarmo-nos, conseguimos ser absolutamente prosaicos e sentir sentimentos verdadeiros em relação aquela dúzia e meia de criaturas que julgamos conhecer bem, que interagem connosco quotidianamente e que ocupam espaço, tempo e memória dentro de nós.
Tirando esses poucos, que de facto são as grandes referencias e suportes afectivos e materiais da nossa forma de viver e que, por isso mesmo, são capazes de nos fazer muito bem ou muito mal, os outros todos que nos rodeiam com diferentes graus de proximidade são apenas figurantes que compõem a acção, dão brilho e movimento ao fundo em que evoluímos.
A ideia corrente, que nos faz crer que, porque viajamos, porque andamos de um lado para outro e nos deslocamos com rapidez no mundo, entrando em contacto com muitas gentes e falando em muitas línguas, alargamos o nosso leque de relações profundas, é em si mesma falaciosa.
Parece que o conhecimento e a interacção social, a popularidade traduzida em muitos cumprimentos e em muitos nomes e caras que se conseguem recordar, não são medida de vinculação.
Calcorreando meio mundo, transportamos em nós uma família; a nossa; um bairro: o nosso; uma história: a nossa.
É a esses poucos que voltamos em todas as circunstancias, é a esses que queremos agradar, são deles as opiniões que contam.
Também é verdade que é para esses que amamos que mais sentimentos reservamos.
Culpamo-los do que podemos: desamor, falta de compreensão e apoio, orgulho e teimosia, desinteresse dos nossos projectos e dos nossos sonhos.
São esses os que mais vezes detestamos, porque traíram expectativas, não estiveram lá quando foram precisos ou simplesmente são demasiado diferentes do que achamos que necessitaríamos.
É com eles que nos zangamos, forte e feio, é a eles que chamamos nomes, é com eles que deixamos de falar com vingança para a dor que conseguiram provocar.
São eles que responsabilizamos por tudo o que nos diz respeito porque, de alguma forma, são nossos.
O que nos une, o que nos liga, o que nos faz sentir que pertencemos é demasiado deficit para encaixar bem na palavra que usamos: amor.
Mas é também de amor que se fala quando se pretende explicar o que nos vincula aos outros e ao mundo.

domingo, 24 de maio de 2009

é festa


Quando a gente ama/ Faz qualquer loucura/ Só se pensa em cama/ Se perde a censura/ Faz o que não presta

É Festa! É Festa!É Festa! É Festa!...................Até quando o sol raiar...

Quando a gente gosta/Gosta de anarquia/ Anda descomposta/ Fica mais vadia/A alma desembesta

É Festa! É Festa!É Festa! É Festa!.............Até quando o sol raiar...

Ah! / Vale tudo na hora /Da gente amar /E a gente diz coisas /Que nem ia imaginar
Me lambe, me morde /Me arranha, me bate
Ah! / Isso não tinha que acabar...
Quando a gente ama /Rir de orelha a orelha
Faz qualquer programa /O que der na telha

...

É Festa! É Festa!É Festa! É Festa! .................. Até quando o sol raiar...
Quando a gente gosta /Some do analista /Topa até proposta /De ser naturista /Rir de quem contesta
É Festa! É Festa!É Festa! É Festa!
........
Quando a gente ama /Anda mais risonha /Vira mulher-dama /Fica sem vergonha / Traz isso na testa
É Festa! É Festa!É Festa! É Festa!
...
Quando a gente gosta /Claramente assume /E se alguém encosta /Morre de ciúme

É Festa! É Festa!É Festa! É Festa! .................................Até quando o sol raiar

sábado, 23 de maio de 2009

sexta-feira, 22 de maio de 2009

quinta-feira, 21 de maio de 2009

quarta-feira, 20 de maio de 2009

terça-feira, 19 de maio de 2009

It's Paradise


Trust me
It's Paradise
This is where the
hungry come to feed
For mine is a generation
that circles the globe
in search of something
we haven't tried before

so never refuse an invitation
never resist the unfamiliar
never fail to be polite
and never out
stay your welcome


just keep your mind open and
suck in the experience
and if it hurts
you know what...

it's probably worth it
you hope, and you dream
but you never believe that
something is going to happen for you
not like it does in the movies
and when it actually does
you expect it to feel different
more visirale
more real

i was waiting for it

to hit me / to hit me

i still believe in paradise

but now at least i know it's not
some place you can look for
cause it's not where you go

it's how you feel
for a moment in your life

and if you find that moment

it lasts forever
it lasts forever

lasts forever

Voz de Leonardo diCaprio

segunda-feira, 18 de maio de 2009

you and........

atitude

"Quanto mais eu vivo, mais eu percebo o impacto da atitude na vida. Ela é mais importante que o passado, que a educação, que o dinheiro, que as circunstâncias, que os fracassos, que os sucessos, e do que as outras pessoas pensam, dizem, ou fazem.
Chuck Swindoll

domingo, 17 de maio de 2009

na ilha

Una Storia Che Vale



Não esqueça, uma história que vale
Eh, eh, eh....

sábado, 16 de maio de 2009

revi

foto de FP

never

Quero fazer o elogio do amor puro

Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível.
(... dois postes abaixo está o excerto tirado daqui))
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre.
Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.
Texto de Miguel Esteves Cardoso

sexta-feira, 15 de maio de 2009

falamos depois


...Dá-me um tempo / Dá-me espaço / Deixa-me ter .. um momento / de cansaço / Que é bem melhor assim

quinta-feira, 14 de maio de 2009

amuar



amuar faz bem...nada como um bom amuo...apenas um recuo

quarta-feira, 13 de maio de 2009

O amor é uma coisa, a vida é outra.

foto de Cristye

«[...] O amor tornou-se uma questão prática.

O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.

Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona?

Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra.

O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida,o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso.

Odeio os novos casalinhos.

Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.

O amor é uma coisa, a vida é outra.

A vida às vezes mata o amor.

A "vidinha" é uma convivência assassina.

O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino.

O amor puro é uma condição.

Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima.

O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.



Miguel Esteves Cardoso, Excerto do texto Elogio ao Amor

this is the live

terça-feira, 12 de maio de 2009

A VOZ DO SILÊNCIO

"Pior do que uma voz que cala, é um silêncio que fala!"

Simples, rápido! E quanta força!
Imediatamente me vieram à cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis pois, sabes, o silêncio não é dado a amenidades. Um telefone mudo. Um e-mail que não chega. Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca. Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas.Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada para acabar com o clima de tensão.
Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim.
É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento.Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquitecta planos que não são compartilhados. Quando nada é dito, nada fica combinado.Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar: "Diz alguma coisa, mas não fiques aí parado olhando!" É o silêncio de um, mandando más notícias para o desespero do outro.
É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem-vindo.Para alguém que trabalha com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo. Para a professora de uma creche, o silêncio é um presente. Para os seguranças de um show de rock, o silêncio é um sonho. Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura, o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz.
O único silêncio que perturba é aquele que fala. E fala alto.
É quando ninguém bate à nossa porta, não há recados na secretária electrónica e mesmo assim entendes a mensagem.
(Autor desconhecido)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

a vida vale




Se tiver que ir,vai.
O que fica para trás,
não sendo mentira,
não racha,
nem rompe,
não cai.
Ninguém tira.
Já que vai,
segue se depurando pelo trajecto,
para desembarcar passado a limpo,
sem máscaras,
sem nada,
sem nenhum desafecto.
Quando chegar,
sobe ao ponto mais alto do lugar,
onde a encosta do mundo
faz a curva mais pendente.
E então acena.
De onde eu estiver, quero enxergar
esse momento em que você vai constatar
que a vida vale grandemente a pena
.

(desconheço o autor)

domingo, 10 de maio de 2009

Little man



Little man I'm endlessly proud of you
In such a short time span
You've filled my heart with joy
As I grow older, you grow wiser
Watching my mistakes
Memorize where I've gone wrong

If they fall way
I'll stay with you
But do as I say and not as do
Trust me and you'll see
All I want is what is best for you

Little man your head is full of dreams
If only I could spend one day touring
Your imagination
If I live longer you'll grow faster
At recognizing the traps that cause
Me such frustration

If they fall way
I'll stay with you
But do as I say and not as I do
Trust me and you'll see
All I want is what is best for you
(x3)

So naive, it helps me to breathe
Your smile I keep on file
You tickle me pink
I love the way you think
So when I'm feeling low I know
I'm your greatest fan

segunda-feira, 4 de maio de 2009

today

delirio


foto de Alba Luna

Existe alguma coisa naquilo que dizemos ?
George Steiner

Coisas que ainda estou aprendendo

Eu aprendi que não posso fazer alguém me amar, tudo o que posso fazer é ser alguém que possa ser amado. O resto depende deste alguém.
Eu aprendi que não importa o tanto que eu demonstre carinho, algumas pessoas simplesmente não se importam em retornar o afecto
.
Eu aprendi que a confiança demora anos para ser adquirida e alguns minutos para ser destruída.
Eu aprendi que não é o que eu tenho na minha vida que realmente conta.
Eu aprendi que posso conseguir alguma coisa com meu charme por mais ou menos 15 minutos, depois disto é melhor que eu saiba alguma coisa.
Eu aprendi que a decisão precipitada que eu tomar poderá trazer consequências para o resto da minha vida.
Eu aprendi que está demorando muito para que eu me torne a pessoa que eu almejo ser.
Eu aprendi que nós devemos nos despedir das pessoas que nos são queridas com palavras amáveis, pois pode ser que esta seja a última vez que nos despedimos delas.
Eu aprendi que depois que decidi que não consigo ir em frente, eu fui além mais um pouco.
Eu aprendi que somos responsáveis pelo que fazemos, não importa o que sentimos.
Eu aprendi que ou eu controlo minhas atitudes ou elas me controlarão.
Eu aprendi que não importa o quanto um relacionamento é quente no início, a paixão acaba e é melhor que tenha algum sentimento mais forte para tomar o lugar da paixão.
Eu aprendi que heróis são pessoas que fazem o que é necessário ser feito, não se importando com as consequências.
Eu aprendi que muitas vezes as pessoas de quem eu não esperava ajuda, foram justamente as que me ajudaram.
Eu aprendi que por muitas vezes eu fiquei irritado e eu tenho esse direito.
Eu aprendi que uma amizade verdadeira continua a crescer independente da distância que nos separa. A mesma verdade funciona para o amor.
Eu aprendi que maturidade tem a ver com as experiências vividas e o que aprendi com elas e não tem nada a ver com a quantidade de aniversários.
Eu aprendi que eu não posso contar sempre com a minha família.
Parece engraçado, mas pessoas que não são nossos parentes podem fazer mais por nós e também nos amar e ensinar a confiar nas pessoas novamente. Família, não é só a biológica.
Eu aprendi que não importa o quanto nosso melhor amigo é bom, talvez ele venha a nos machucar um dia e nós temos que aprender a perdoar.
Eu aprendi que nem sempre é suficiente ser perdoado, nós temos que aprender a perdoar a nós mesmos em primeiro lugar.
Eu aprendi que de onde eu vim tem influência no que sou, mas sou responsável pelo que vou me tornar.
Eu aprendi que porque duas pessoas estão discordando não quer dizer que elas não se amem.
E porque elas não brigam não quer dizer que se amem.
Eu aprendi que nós não devemos mudar nossos amigos se compreendermos que os amigos mudam.
Eu aprendi que nós não devemos ficar curiosos para saber um segredo, este segredo pode mudar o rumo da nossa vida para sempre.
Eu aprendi que duas pessoas podem olhar para uma mesma coisa e ter opiniões completamente diferentes.
Eu aprendi que não importa o quanto protegemos nossos filhos eles serão machucados e nós ficaremos feridos também.
Eu aprendi que nossas vidas podem ser mudadas em questão de horas por pessoas que não nos conhecem.
Eu aprendi que um diploma na parede não faz um homem decente.
Eu aprendi que aqueles que nós amamos mais, são os primeiros a serem levados pela morte.
Eu aprendi que é muito difícil ser bom e não machucar as pessoas e permanecer firme no que se acredita.

domingo, 3 de maio de 2009

sábado, 2 de maio de 2009

just .....

A Força da Palavra

Uma palavra devolve-me o tempo exacto. Nela me instalo. E sou feliz ou infeliz. Mas à minha maneira.
Posso tapar os olhos para não a ver, os ouvidos para não ouvi-la; cerrar a boca para não pronunciá-la. Não adianta. A palavra irrompe. A palavra irromperá quer queiramos ou não. Porque a palavra é um símbolo. Com ela se desenham a liberdade e as algemas; com ela se estabelece a guerra e inaugura a paz.
A palavra é suavidade, loucura, são folhas e folhas esboçando um tempo a vir.
É uma janela aberta, uma lágrima incontida.
Partem velozes as palavras, quando se libertam. Crescem como sons e repercutem-se quando encontram o campo desejado.
A palavra é uma alta cidade que nasce às cegas, sobressaltada ou intolerante. Ou intolerável.
Peça de um maravilhoso ofício, pode ser um grito doloroso, uma estrela desintegrada, um punhal acerado.
A palavra fere, humilha, repõe, exalta, congrega, unifica, destroi. Nela respiramos e dela se alimentam os seres mais tristes ou mais perturbados.
Ela é oficinal trabalho do poeta, o infinito para que convergem os seus dias. Quando o impedem de procurá-la, matam-no em silêncio. Quase sem reparar. Mas matam-no, porque na palavra se confunde ou se alimenta o operário dos símbolos. Mal se lhe toca e logo a palavra o envolve e com ela faz um corpo místico de luz e destino.
A palavra é o drama. A luz. A angustia em tinta apressada.
Por ela se desce aos infernos, com ela se exalta e se humilha.
É preciso olhar bem a força da palavra, Vê-la por dentro. Descobrir-lhe a luz e ainda e sempre a outra face que esconde.
Todavia, apesar de toda esta luz em que quase não reparamos, uma palavra não vem.
Procura-se e não vem.
Espera-se há muito e não há quem a escreva. Ou quem a leia. Ou quem a diga.
Procura-se uma palavra.
Uma palavra que destrua a solidão; que inaugure os gestos simples, os sorrisos claros, que espalhe entre os homens a esperança e a paz.
Procura-se uma palavra.
É pequenina
É branca.
É um sorriso voltado para o ódio.
Uma pomba voltada para o amor.
Procura-se uma palavra. Tão breve que se confunde com um beijo que se dá sem saber porquê. Ou uma lágrima. Ou uma flor.

(de Maria Rosa Colaço)

pure poison

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Quase gosto da vida que tenho.

Quase gosto da vida que tenho. Não foi fácil habituar-me a mim. Tive de me desfazer das coisas mais preciosas, entre elas de ti. Sim, meu amor, tive de escolher um caminho mais fácil. O dinheiro também tem a sua poesia. E tenho tido sorte.
Deixei para trás a obrigação de mudar o mundo. Já cometi corrupções. Só ainda sinto dificuldades em mentir, mas também aqui vejo melhoras. Trata-se só de deformar ligeiramente o que vai acontecendo, não de inventar tudo de novo. Tenho mais alguns anos diante de mim e depois quero acabar de repente. Não sei se valeu a pena mas também não me pergunto se valeu a pena. Há muitas coisas assim.
Não é desistir, é só dar demasiada importância a coisas que não a têm. A vida é uma delas. Ganha um valor particular quando deixamos de a encarar como o centro de tudo. É só por acaso que gostamos das flores e do mar. E, claro, que é um bom acaso. Mas mais do que isso não.
Quase gosto da vida que tenho. Quando a quis toda não gostava de mim. Agora há dias em que aceito que o tempo passe por mim e me leve para onde só ele sabe.
...
Vivo sozinho. Passam pessoas, mas nunca ficam por muito tempo. A partir de certa altura intrometem-se tédios por entre as frases e não sabemos continuar. Não insisto. Há muitas pessoas. Não vale ter medo. Há muito que o amor mostrou ser um fracasso. No dia seguinte, no escritório, esperam-me problemas por resolver e decisões que valem dinheiro. Não posso sofrer.
Claro que por vezes me sinto triste como toda a gente. Mas é uma tristeza doce, como um descanso. E como não espero nada, não faço nada. De uma maneira ou de outra também acabarei por adormecer esta noite.
(Pedro Paixão- A NOIVA JUDIA)

yes boss