as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade
1 comentário:
Há palavras que se dizem,...umas doces outras amargas.
Há palavras que não se dizem,...porque nos estremecem de tão inseguras nos fazem sentir.
E,...há outras palavras que se dizem e que não queriamos ouvir.
Um beijo
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